Pesquisa Avalia Utilização de Resíduos de Construção e Demolição Reciclados em Estruturas de Contenção em Solo Reforçado (Prof. Ennio Marques Palmeira)
A demanda por novas estruturas e reformas do ambiente urbano tem causado uma significante geração de resíduos na Indústria da Construção Civil. Atualmente, os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) e solos com uma significante parcela de finos – classificados como não convencionais para o uso em Estruturas em Solo Reforçado (ESR) – correspondem a uma significativa parcela dos materiais presentes nas usinas de beneficiamento. Neste cenário, o emprego de Resíduos de Construção e Demolição Reciclados (RCD-R) e de solos não convencionais como material de aterro aparece como uma interessante opção para a incorporação de uma postura que contemple o desenvolvimento sustentável na técnica de solo reforçado. Buscando investigar essa proposta, a tese de doutorado de Eder C.G. Santos, na Universidade de Brasília avaliou o comportamento de 3 muros reforçados, construídos em escala real, utilizando RCD-R e um solo silto-arenoso como materiais de aterro. Os materiais de reforço utilizados foram duas geogrelhas (polimérica e metálica) e um geotêxtil não tecido. Os muros foram instrumentados com células de tensões totais, inclinômetros, medidores de recalques e extensômetros de cabo de aço e elétricos para medição deformações nos reforços. Como parte do programa de pesquisa, a camada de solo poroso sob dois dos muros foi inundada para verificar o desempenho dos mesmos quando do colapso do solo de fundação. Os resultados dos ensaios de caracterização realizados no RCD-R revelaram excelentes valores para os parâmetros geotécnicos de interesse, com uma baixa variabilidade dos mesmos. As análises da instrumentação mostraram um excelente desempenho das estruturas experimentais, mesmo diante do colapso do solo de fundação. As fotos abaixo mostram os muros ao final de construção.
Vista geral dos muros
Muro reforçado com geogrelha
Muro reforçado com geotêxtil