NOVA TECNOLOGIA PARA INVESTIGAÇÃO GEOTÉNICA OFFSHORE

piezoconeTrabalhos de investigação geotécnica offshore representam um custo significativo para a indústria de petróleo. Por essa razão, a Petrobras resolveu investir em uma nova tecnologia utilizando o princípio de uma patente da empresa, as estacas torpedo, que hoje ancoram as grandes estruturas de exploração de petróleo offshore. Assim nascia o piezocone torpedo, uma ferramenta inédita de investigação geotécnica dos solos marítimos, que deverá começar a ser utilizada em 2014 para pesquisas em lâminas de água de 2 mil metros.

A primeira etapa do projeto – o desenvolvimento do equipamento e de uma metodologia para seu emprego – foi iniciada em 2008 a partir de um contrato da Petrobras com o Laboratório de Ensaios de Campo e Instrumentação, que pertence à área de Geotecnia do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ. Hoje, o projeto está entrando em sua segunda fase, para aprimoramento da metodologia de interpretação dos resultados.

Pesquisador do Reageo, o engenheiro Fernando Danziger é o coordenador, pela Coppe/UFRJ, da equipe conjunta Petrobras/CENPES – Coppe/UFRJ que desenvolveu o piezocone torpedo. Ele explica que na grande maioria dos locais onde a Petrobras está explorando petróleo offshore os solos são extremamente moles. À medida que a exploração foi alcançando lâminas d’água mais profundas, as estruturas de exploração passaram a ser flutuantes, e pontos fixos de ancoragem com cargas extremamente elevadas, projetadas pela Petrobras, são instalados nesses solos.

“É preciso obter as propriedades desses solos moles para dimensionamento da carga para ancorar plataformas e estruturas diversas da exploração e também rotas de dutos. Penetrando no solo pelo próprio peso – mesmo princípio das estacas torpedo –, o piezocone torpedo foi instrumentado com sensores em sua ponta cônica para investigar as propriedades do solo marinho”, explica o professor Danziger.

Dentro do piezocone torpedo são instalados sensores para medir força, atrito e a pressão na água gerada durante o processo de cravação e um sistema de aquisição de dados que faz medidas de aceleração e rotação. Essas medições fornecem dados que permitem obter informações sobre as características do solo para projetos de novos pontos fixos de ancoragem ou projetos de dutos. O novo equipamento vai fornecer mais informações num tempo menor e diminuir o custo das investigações como um todo. Além disso, poderá ser lançado por embarcações da própria Petrobras.

“O piezocone torpedo representará uma economia muito significativa de divisas para o País porque as investigações geotécnicas, normalmente feitas por embarcações com posicionamento dinâmico, de empresas estrangeiras, são caríssimas. Essa nova ferramenta não vai eliminar totalmente a utilização dessas embarcações, mas vai reduzir seu emprego e será possível investigar mais por um custo menor”, diz o professor Danziger.

O trabalho de desenvolvimento do piezocone torpedo levou dois anos e mobilizou pesquisadores em nível de doutorado, engenheiros em doutoramento, técnicos de eletrônica e engenharia mecânica, bolsistas de iniciação científica e ainda profissionais da empresa Grom Engenharia, que surgiu incubada na Coppe/UFRJ.

O professor Danziger lembra que o princípio da nova ferramenta pode ser utilizado para outras finalidades. “A grande vantagem da tecnologia de equipamentos elétricos que penetram no solo é que ela permite incorporar sensores diversos. Com um sensor de resistividade, por exemplo, seria possível utilizar o equipamento para avaliações sobre poluição”, conclui o professor.

ESTUDO DO REAGEO SERVE DE BASE PARA ANGRA DOS REIS

Chega a 19 o número de mortos com deslizamento em AngraA prefeitura de Angra dos Reis informou que as famílias das áreas consideradas de grande risco serão transferidas para locais mais seguros ainda no segundo semestre deste ano. Segundo a prefeita Conceição Rabha, a prefeitura está agindo com base nos estudos Reageo que resultaram em um mapa inédito de risco para prevenção a desastres naturais no município de Angra dos Reis.

Veja a matéria completa no jornal Diário do Vale.

ÁREAS DE RISCO SÃO TEMA DE NOVA LEI ESTADUAL

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O Governo do Estado do Rio de Janeiro promulgou em maio de 2013 uma lei que dispõe sobre a incorporação, nos planos diretores dos municípios fluminenses, dos documentos do Estado do Rio de Janeiro sobre estudos e mapeamentos de áreas de risco.
Esta lei torna obrigatório realizar tais estudos objetivando o planejamento da ocupação urbana, remediação e realocação da população situada em áreas de suscetibilidade a escorregamentos e inundações.

Conheça a íntegra da Lei

Art. 1º Os municípios fluminenses, observadas as diretrizes estabelecidas na Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012 e respeitada a autonomia municipal, deverão incorporar nos seus Planos Diretores e demais instrumentos reguladores da ocupação e uso do solo em suas bases territoriais, os documentos oficiais do Estado do Rio de Janeiro sobre estudos e mapeamentos de áreas de risco.

Parágrafo único. Os municípios fluminenses, também, deverão incorporar em suas legislações o que prescreve a Lei 6.312 de 03 de setembro de 2012, que institui o Documento de Enquadramento Urbanístico e Ambiental – DEUA a ser apresentado ao consumidor pelas Prestadoras de Serviços Públicos no Estado do Rio de Janeiro.

Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se documentos oficiais, além dos estudos realizados diretamente pelo poder público estadual, aqueles que, realizados por instituições ou técnicos especializados, venham a receber a chancela do Estado.

§ 1º Os estudos referidos no caput deste Artigo têm por objeto a identificação de ameaças, suscetibilidade e vulnerabilidades a escorregamentos, o mapeamento de áreas de risco e a identificação de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades a inundações.

§ 2º Cabe aos municípios, detentores da competência para regular e exercer as atividades previstas no caput deste artigo, adequar seus respectivos procedimentos administrativos aos ditames da presente lei.

Art. 3º Os municípios, quando elaborarem estudos de identificação e mapeamento de áreas de risco, deverão considerar os documentos oficiais de que trata o artigo 2º desta Lei e deverão apresentar os resultados desses estudos em audiências públicas, garantindo a participação da sociedade civil e de especialistas nas áreas ambiental e de urbanismo.

Parágrafo único. Na ausência de documentos oficiais ou em caso de necessidade de sua complementação o município poderá solicitar apoio do Serviço de Geologia do Estado – DRM e do Instituto Estadual do Ambiente – INEA.

Art. 4º Os estudos de identificação e mapeamento de áreas de risco, constantes no Caput do Artigo 3º, deverão ser apresentados em Audiência Pública nas Comissões Permanentes da ALERJ pertinentes ao caso.

Art. 5º O Governo do Estado do Rio de Janeiro deverá na elaboração do Plano Diretor Metropolitano, consoante a Lei nº 5192 de 15/01/2008, que “Dispõe sobre a elaboração do Plano Diretor Metropolitano do Estado do Rio de Janeiro”, incluir os documentos oficiais do Estado do Rio de Janeiro sobre estudos e mapeamentos da área de risco.

Art. 6º O Poder Executivo tomará as providências cabíveis para desburocratizar e agilizar a compra assistida pelos cidadãos que tenham imóveis condenados pela Defesa Civil Estadual, respeitadas as dotações orçamentárias.

Art. 7º O Poder Executivo divulgará nos sítios do Instituto Estadual do Ambiente INEA e do Departamento de Recursos Minerais – DRM o mapeamento das áreas de riscos existentes.

Art. 8º Consoante o Artigo 14 da Lei Federal 12.608/2012 , o Estado do Rio de Janeiro e seus Municípios deverão priorizar as políticas públicas de reassentamento de comunidades de moradores situadas em área de risco.

Art. 9º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

 

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2013.

SÉRGIO CABRAL

ANGRA DOS REIS GANHA MAPA INÉDITO DE SUSCETIBILIDADE A DESASTRES NATURAIS

Um estudo recém-concluído em Angra dos Reis poderá pôr fim aos tristes episódios que a região vivencia com as chuvas de verão. Realizado pelo Instituto Geotécnico de Reabilitação do Sistema Encosta-Planície – REAGEO, sediado na Coppe/UFRJ, e conduzido por pesquisadores nas áreas de geociências, ciências geográficas e engenharia geotécnica, o trabalho em escala de detalhe (1:5.000) é inédito no Brasil não apenas como contribuição local, mas também por sua construção metodológica, considerada um avanço em relação ao que vem sendo feito até hoje no Brasil para evitar as consequências de desastres naturais. A metodologia foi originalmente proposta pelos pesquisadores do Laboratório de Geo-Hidroecologia GEOHECO-IGEO/UFRJ envolvidos no REAGEO desde sua instalação.

O estudo foi encomendado ao REAGEO pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), por meio do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), após os deslizamentos de terra que mataram mais de 50 pessoas na região de Angra dos Reis, no final de 2010.  Após um ano de intenso trabalho de campo, que mobilizou cerca de 12 pesquisadores do REAGEO, foi possível construir, para uma parte importante do município – incluindo as bacias que drenam a zona central da cidade, no continente, e as bacias que drenam para as praias do Abraão do Bananal e Provetá, na ilha Grande – um mapa de suscetibilidade, que avalia a condição potencial do terreno frente aos deslizamentos associados a diferentes tipos de mecanismos numa escala de muito detalhe.

“Nas instâncias municipal, estadual e federal, o que ainda se faz no país são mapas de risco iminente, que consideram apenas a declividade do terreno e o histórico de deslizamentos da área. É uma contribuição relevante, mas que tem aplicação apenas para intervenções como as da Defesa Civil. A metodologia do GEOHECO-IGEO-UFRJ, que foi devidamente ajustada para escala de detalhe neste trabalho do REAGEO, vai muito além e envolve, além dos dados geológicos, geotécnicos, geomorfológicos e geoecológicos, as pessoas que lá vivem”, explica o professor Maurício Ehrlich, integrante do REAGEO.

Combinando os fatores que levam ao rompimento de um terreno, tais como forma e posição de encostas; declividades críticas; tipo e espessura dos solos; condições de drenagem do solo; dentre outros – com as informações populacionais e de moradia, a metodologia identifica as áreas onde são necessárias intervenções para minimização da suscetibilidade (suscetibilidade média), as áreas onde será preciso remover as moradias (suscetibilidade alta e muito alta) e as áreas para futura expansão urbana (suscetibilidade baixa). Analisando o risco de modo integrado e hierarquizando as intervenções necessárias na região, o mapa de suscetibilidade se tornou uma ferramenta para o planejamento urbano de Angra dos Reis.

“Outra característica da metodologia é que ela permite identificar áreas que ainda não foram muito agredidas na região como potenciais áreas de risco. É uma metodologia que se antecipa ao problema”, diz o professor Willy Lacerda, coordenador do REAGEO, ressaltando que não há, no Brasil, nenhum outro estudo realizado com essa qualidade.

Segundo os pesquisadores do REAGEO, a nova metodologia pode ser replicada em outros lugares, o que certamente melhoraria as condições de vida de muitas populações que vivem em áreas de risco. Entretanto, a falta de informações básicas é um entrave para a replicação da metodologia. Como não existe no Brasil uma política de informações para estudos com esse nível de detalhamento, trabalhos como o realizado pelo REAGEO acabam se tornando muito caros.

“Hoje existem tecnologias ópticas de detecção remota que fornecem informações básicas de reconhecimento de terreno, como superfície mineral, cobertura de copas, edificações, etc. Infelizmente ainda não dispomos no Brasil dessas tecnologias, que economizariam muito tempo nas pesquisas, e ficamos dependentes de um longo tempo para aquisição de imagens de satélite tridimensionais, para obtenção de modelos digitais de elevação e construção de bases topográficas, vistas como essenciais neste tipo de análise. Existe carência de informação básica, mapas em escala apropriada. É uma área em que o governo deveria investir com urgência”, diz a geógrafa Ana Luiza Coelho Netto, integrante do REAGEO.

O estudo passo a passo

A partir de imagens de satélite tridimensionais foram gerados modelos digitais de elevação e construída uma base topográfica.  Em seguida foi mapeada a rede de canais e localizados os pontos que já haviam sido submetidos a escorregamentos. Também foram inseridos mapeamentos de detalhe feitos com a informação geológica estrutural, geomorfológica, geotécnica e geoecológica envolvendo a cobertura vegetal e de elementos do uso relevantes no comportamento dos materiais na encosta, como drenos, casas com vazamentos, casas com saída de efluentes nas encostas, explica Ana Luiza.

A partir dessa informação de base foi iniciada a aplicação da metodologia, que já possuía um esboço em outras escalas, fazendo ajustes de acordo com a disponibilidade e qualidade da informação. Em seguida as  informações foram integradas para que fosse possível localizar no mapa as áreas que tinham graus diferenciados de suscetibilidade, ou seja, condições potenciais de escorregamento associados aos mecanismos dominantes na área de estudo. Por fim, com a área de engenharia, foram definidas que medidas deveriam ser tomadas.

O estudo realizado pelo REAGEO sugeriu a remoção de cerca de 25% da população da área estudada para regiões mais seguras de Angra dos Reis. São cerca de oito mil pessoas que vivem nas áreas consideradas de muito alta e alta suscetibilidade, onde, por mais investimentos que se façam, a população continuará em risco. O estudo concluiu que nessas áreas cerca de três mil casas que precisam ser removidas. Já nas áreas de média suscetibilidade, apontaram-se intervenções globais que devem ser feitas envolvendo principalmente drenagem, superficial e profunda.

Pesquisadores se mobilizam para prevenção de desastres naturais

Deslizamento de encostasDesde as chuvas ocorridas em 2011 nas serras fluminenses, que vitimaram mais de mil pessoas, a questão das catástrofes provocadas por desastres naturais ganhou prioridade no Gabinete Civil da Presidência da República. Hoje, além do Ministério das Cidades, os ministérios da Integração Nacional, o de Ciência e Tecnologia e o de Minas e Energia também estão envolvidos na solução desse grave problema.

O Instituto Geotécnico de Reabilitação do Sistema Encosta-Planície – Reageo, da Coppe/UFRJ, está entre os grupos de pesquisa mobilizados. Atualmente, vários de seus integrantes participam da elaboração de um documento técnico que servirá de base para uma nova política de prevenção de desastres naturais em todo o Brasil.

“Esse trabalho será a base para a política do Ministério das Cidades para o tema dos desastres naturais. É preciso mapear as regiões, saber que tipos de acidentes podem acontecer e conhecer as obras de engenharia para enfrentá-las”, diz o professor Roberto Coutinho, da Universidade Federal de Pernambuco, integrante do Reageo, que lidera o grupo de pesquisadores que trabalham no documento técnico.

Iniciado no segundo semestre de 2011, o documento técnico é composto de três partes: conhecimento dos processos geológicos e geotécnicos, cartografia geotécnica e diretrizes para medidas de intervenção (engenharia geotécnica). Seu conteúdo sugere uma metodologia nacional de referência para a cartografia geotécnica a ser feita nos municípios que apresentam problemas relacionados a processos geológicos e geotécnicos, como os deslizamentos, queda e rolamento de bloco de rochas, movimentos de massa muito lentos e corridas de detritos, em que há lama em grande quantidade.

O documento também traz diretrizes de intervenção em engenharia geotécnica em áreas já ocupadas e com risco de desastres naturais, como explica o professor Willy Lacerda, da Coppe/UFRJ, coordenador do Reageo: “Existem diversas obras de engenharia que podem ser realizadas para evitar desastres, como ancoragem de blocos de rocha, aterros com muros para impedir rolamentos, e muitos outros, mas é uma decisão do governo realizá-las ou não. Muitas vezes é preciso considerar o custo da remoção da população em risco, que muitas vezes é menor do que o custo das obras de engenharia para manter as pessoas em suas moradias”, diz o professor Willy.

Em fase final de elaboração, o documento, intitulado PREVGEO – Prevenção de Acidentes Naturais Geológicos e Geotécnicos, será apresentado em breve em Brasília. Numa segunda fase, será realizado um mapeamento piloto para testar os procedimentos recomendados no documento em cinco áreas de Brasília e dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, cada grupo de pesquisadores poderá refinar e aperfeiçoar a metodologia em seus estados, criando um procedimento padrão para o país.

Mais um importante avanço para a prevenção de desastres naturais no Brasil foi a Lei 12.608, criada em abril de 2012, que torna obrigatória a cartografia geotécnica no plano diretor e nos novos parcelamentos de terrenos nas cidades. Segundo o professor Roberto Coutinho, a intenção do Ministério das Cidades é ajudar os municípios mais problemáticos, criando para eles uma forma de financiamento para a realização da cartografia geotécnica.

“Estamos trabalhando naquilo que a academia pode fazer, que é fornecer conhecimento. Quando os municípios tiverem esse conhecimento e o utilizarem como ferramenta para o planejamento urbano, poderemos trabalhar de fato na prevenção”, diz o professor Roberto Coutinho, coordenador do grupo da Universidade Federal de Pernambuco que participa do projeto.

“Há necessidade de prevenção e planejamento porque a maioria das encostas das cidades fluminenses, especialmente as da Região Serrana, são suscetíveis a escorregamentos. É preciso elaborar uma carta de riscos, traçada pelos órgãos competentes, e manter intensa fiscalização sobre regiões problemáticas”, diz o professor Willy Lacerda.

O Reageo tem como maior objetivo desenvolver conceitos de análises e classificação de áreas de risco, aperfeiçoar os métodos de engenharia existentes e propor novos procedimentos e técnicas de intervenção nas cidades e áreas rurais. Reúne pesquisadores de universidades fluminenses – Universidade Federal do Rio de Janeiro,  Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) –,  e de outros estados, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade de Brasília e a Universidade Federal de Pernambuco.

Desde 2009, o Reageo se transformou no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Reabilitação de Encostas e Planícies (INCT-Reageo). É um dos 20 INTS’s sediados no estado do Rio de Janeiro, com o apoio da Faperj. É apoiado ainda pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Capes e BNDES.

Livro aprofunda discussão sobre lixo urbano

livro lixo urbanoO Brasil, assim como a maioria dos países em desenvolvimento, não tem tratado os resíduos sólidos urbanos da forma mais avançada em termos de tecnologia. O resultado disso é o desperdício do enorme potencial social, material e econômico desses resíduos, o que impede seu reaproveitamento como matéria-prima e energia, bem como a ampliação da oferta de trabalho. Essas e outras questões são abordadas no livro Lixo urbano: o que você precisa saber sobre o assunto (Editora Revan/Faperj), organizado pelo professor Cláudio Fernando Mahler, do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ e membro  do Reageo.

Lançada no dia 19 dezembro de 2012 na Livraria Ponte de Tábuas, no Rio de Janeiro, a obra reúne textos de uma série de pesquisadores e professores, entre eles o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, e o pesquisador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) da Coppe, Luciano Basto. Traz ainda textos que são resultado de dissertações de mestrado e teses de doutorado de pesquisadores ligados ao Grupo de Estudo de Tratamento e Tecnologia de Resíduos (Getres) da Coppe, núcleo de pesquisa coordenado por Mahler, que também é diretor de Administração e Finanças da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Entre os temas abordados em Lixo urbano: o que você precisa saber sobre o assunto estão a caracterização de resíduos; compostagem; classificação de aterros fechados; uso de barreiras capilares na cobertura de aterros; vegetação pós-fechamento de aterros; estudos do potencial energético dos resíduos e de seu aproveitamento. O prefácio do livro é do professor Álvaro Cantanhede, que já ocupou os cargos de diretor da Comlurb e de coordenador da Organização Panamericana da Saúde e é ex-professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.